Em um
primeiro momento, o aumento da nota da Redação do Enem 2015 em
relação à edição de 2014 salta aos olhos: há dois anos atrás,
a média da prova de produção de texto cujo tema foi “Publicidade
Infantil em Questão no Brasil”
foi de 491 pontos; por outro lado, a média da mesma prova no ano
passado, cujo tema foi “A
persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”
foi de 543.
Apesar
deste crescimento, temos de ter muita atenção e cuidado ao analisar
esses dados. Estudando todos os dados publicados pelo Governo
Federal, que podem ser encontrados aqui,
podemos notar que, em uma mesma escola, alunos obtiveram desempenhos
muito diferentes na redação e que, entre si, as instituições
escolares também apresentam diferenças, inclusive diferenças
gritantes se compararmos colégios públicos com privados, escolas
técnicas, cujo acesso se dá por meio de vestibulinho e escolas
municipais e estaduais e também se compararmos colégios privados,
já que todas estas instituições atendem a um determinado tipo de
alunado, principalmente em relação ao nível socioeconômico.
Além
disso, apesar do aumento da média na prova de redação do Enem,
nossos alunos concluintes do Ensino Médio, em sua esmagadora
maioria, não conseguem produzir um texto dissertativo-argumentativo
sobre um tema atual e socialmente relevante acima da média, segundo
os dados publicados. Isso significa, portanto, que apenas uma minoria
dos candidatos que presta o Enem obtém uma nota acima da média na
prova de redação.
Anteriormente,
já questionamos essa informação e a quantidade de terceiras
correções na correção da prova de produção textual, pois os
números de redações com notas máximas são muito baixos e os de
terceira correção são muito altos, o que pode sinalizar que não
há curvas de notas e que os corretores não estão afinados entre si
e em relação à grade.
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